sexta-feira, 25 de junho de 2010

Papel do Educador em Creche

Papel do Educador em Creche

O educador tem um papel fundamental na vida de uma criança, deste modo, é de salientar que o educador deverá ser alguém consciente, que perceba que não basta apenas gostar de crianças para trabalharmos com elas. Um educador é alguém que, deve manter presente nas suas convicções que para além da sua formação que é sem dúvida necessária, esta não chega, digamos que ser educador é um processo de aperfeiçoamento constante.
É um erro pensar-se no educador como alguém que acabou um curso, apenas e só, o educador tem a responsabilidade de se cultivar todos os dias mais um bocadinho.
Deste modo, é necessário pensar no educador como alguém que mostra vários caminhos, que abre o leque de possibilidades às crianças para que estas possam acima de tudo escolher. Assim sendo, não podemos pensar que em educação de infância existem receitas, pois cada criança é um ser único e diferente.
O educador não deve ser, por isso, intrusivo o educador deve interferir quando necessário para que a criança também possa descobrir por ela própria, ou seja, o educador deve ser uma pessoa acessível e não intrusiva.
A prática de um educador diz muito do que este acredita, por isso, não basta escrevermos coisas muito bonitas nos projectos se não acreditarmos no que estamos a escrever. Digamos que há, uma grande diferença entre o pensar, fazer, e ser.
Assim, considero que o educador não deverá esquecer a importância que tem na vida das suas crianças, assim como, não deverá esquecer que a sua prática tem de ser adequada à faixa etária do grupo de crianças visando o respeito pela individualidade.
É muito importante planear o que fazemos com as crianças para que possamos identificar o que pretendemos com determinada actividade, isto para chegar à conclusão, que um educador tem de ser intencional acima de tudo.
Se Acreditarmos, que em creche se vive num mundo de sentimentos e que esse mundo é muito importante na vida de cada criança é meio caminho andando para que consigamos construir verdadeiras relações de confiança e afectividade, envolvidas em empatia. Ser educador exige um grande conhecimento acerca de um ser. E, é neste sentido que o papel do educador toma um lugar especial, pois tenta penetrar no mundo dos sentimentos e da Infância de forma encontrar significados que embora presentes já pertenceram ao seu passado.

“Entre neste mundo e recorde o que nunca chegou a esquecer “.[1]
Stern, P.23

É preciso entender que os bebés quando nascem e mesmo ao longo do seu desenvolvimento estão constantemente a adaptarem-se a um mundo que ainda estão a aprender a conhecer, assim se explica que “ para todo o bebé humano até às seis semanas de vida, os contactos com o mundo são dramáticos, emocionais e inesquecíveis”.[2]
O mundo dos sentimentos definido por Stern tem esse objectivo fazer recordar aos adultos o que no fundo estes nunca esqueceram, levando-os assim, ao encontro do Mundo afectivo de cada bebé “self”.
Percebendo o Mundo subjectivo do bebé, o adulto consegue estabelecer uma sintonia emocional, ou seja, consegue experimentar o que o bebé está a sentir, partilhando da sua dor/ emoções.[3]
Esta consciencialização permitirá com que o adulto corresponda melhor as necessidades de cada criança, tratando-o como um ser único.

“ Estamos subitamente lidando com uma pessoa alterada... o bebé subitamente tem uma presença adicional e um sentir social diferentes, que é mais do que uma soma das muitas capacidades e comportamentos recentemente adquiridos. Mas não são esses comportamentos isolados, ou mesmo em combinação que realizam a transformação. É o sentido alterado da experiência subjectiva do bebé que está por trás dessas mudanças comportamentais, que nos faz pensar e agir diferentemente em relação a ele.”
Contudo, para além do que foi dito anteriormente é preciso não esquecer que a compreensão vai muito para além do mundo das palavras e neste sentido o educador não deve esquecer que deve manter uma ligação com a criança e laços de afectividade, porque “para ser uma educadora profissional em creche, é preciso entender e «entender» ultrapassa as palavras e o gesto, o olhar, o toque (…)” (Silva, 1998).

[1] STERN,D. (1992)- O mundo Interpessoal do bebé. Porto Alegre, artes Médicas Sul LTDA
[2] Apontamentos de TPC- Ana Bela Silva ESE, 2005
[3] Apontamentos da aula de DCE do dia 22/10/2007- Augusto Pinheiro ESE
Cátia Mourato

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