Quando tive a resposta final, comecei a planificar algumas das actividades que gostaria de realizar. Durante a Festa do Dia do Pai, aproveitei para conversar com todas as famílias e explicar o projecto, no qual a maioria se mostrou interessada; pedi também que as famílias mandassem sapatos velhos e uma muda de roupa, para que pudéssemos usufruir mais livremente do contacto com a terra.
Esta acção tinha como objectivos gerais:
- Contacto directo com a natureza;
- Criação de laços de respeito e harmonia com o espaço exterior, tirando o maior proveito possível deste contacto com a natureza e com todos os seres vivos que irão coabitar na nossa horta;
- Conhecer o processo e tempo de crescimento das plantas;
- Apresentar a horta às crianças das outras salas, de forma a fomentar as relações entre todas e dar a conhecer o trabalho feito pela sala 4;
- Promover a educação ambiental;
- Despertar para a preservação e conservação do ambiente;
- Trabalhar em parceria com as famílias promovendo momentos de partilha entre as crianças e as mesmas, convidando-as a colaborar em diferentes acções deste projecto.
Tivemos de esperar que chegasse Março para iniciarmos as plantações, depois do Sr. Domingos da Junta de Freguesia ter fresado o chão. E, no dia 24 de Março, lá estávamos nós, a adubar o chão para depois plantar, e a semear alguns legumes. Para nos auxiliar na plantação tivemos a ajuda do meu Avô. Ninguém melhor do que um profissional do campo para nos ensinar a plantar a horta.
Iniciámos a actividade na sala, onde relembrámos um pouco da história do verdinho e qual o seu objectivo. Depois, mostrei os legumes (fig. 1) que iríamos plantar e as sementes que iríamos semear; como ainda estão muito pequenos e sem os frutos, mostrei as imagens reais correspondentes ao que irá nascer da nossa plantação. As crianças tiveram ainda oportunidade de explorar as sementes e as plantas (fig 2). Com o auxílio da educadora Bárbara e da formadora de lgp, ensinámos o vocabulário que eles ainda não conheciam.
Após a explicação, os jovens agricultores calçaram as suas galochas. Estavam todos preparados para esta nova aventura na Horta. O tempo lá fora estava frio, mas não foi isso que nos impediu a plantação; a terra já estava pronta e o avô aguardava a nossa chegada.
Começámos por adubar a terra, segundo as instruções do avô; adubámos (fig. 3) apenas alguns carreiros, de forma a termos plantas com verdinho e outras sem, para podermos ver a diferença. Será que há diferença?
No final das plantações, ainda tivemos tempo para cavar a terra (fig. 7); esta parte não estava planificada, mas houve crianças que pediram, e então por que não? Quanto mais oportunidades tiver a criança de explorar, mais experiência e sabedoria adquire. A nossa horta ficou com este aspecto (fig. 8), mas, no final do dia, colocámos garrafões nas alfaces; os garrafões, (fig. 9) para além de fazerem efeito de estufa, protegem também do vento e dos caracóis.
Esta partilha com as famílias é muito importante para as crianças, uma vez que sentem que as famílias estão empenhadas em entrar na sua cultura, a aprender a sua língua e, assim, estreitando as relações que existem entre a criança e a família. Este tipo de actividade promove a auto-valorização e uma melhor aceitação do Eu enquanto criança surda, uma vez que a criança sente que se faz compreender e que é compreendida.
Depois da aula de língua gestual e uma pequena amostra do trabalho desenvolvido na horta, a partir de uma apresentação de fotografias, as famílias foram convidadas a passear pelos espaços verdes da escola, até à horta da sala 4, onde cada menino a apresentou às suas famílias (fig.17). Como um dos grandes objectivos da horta era que as crianças provassem o que haviam plantado, cada criança colheu uma alface (fig.18) (único legume pronto para ser colhido) para oferecer à sua família (fig.19). Para algumas crianças, esta actividade surgiu como uma tentativa de as incentivar a comer verduras em casa, uma vez que estas foram plantadas e regadas por elas.
E eu digo, bendita a sorte das crianças que por ti passarem.
ResponderEliminarGostei muito colega.
felicidades...
Obrigada querida Sónia... Foi muito gratificante todo o trabalho que desenvolvi.
ResponderEliminarBeijinho grande
Concordo em pleno com a colega Sonia. Parabéns pelo teu trabalho amiga! Um exemplo de que com força e coragem tudo se consegue! Beijito grandito
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