sexta-feira, 25 de junho de 2010

A criança e a disciplina




«Uma educadora contou-me: “Não acredito nos afastamentos. As crianças não precisam de ser afastadas ou isoladas. Quando se portam mal, digo-lhes que se sentem no sofá. Aí têm de parar para pensar no que fizeram. Mas sentem-se confortáveis e podem relaxar a ver os outros meninos. É a melhor maneira de aprender e é quanto basta, depois aproximo-me e abraço-as. Conversamos sobre o que fizeram de mal e sobre como podem melhorar.” Algumas semanas depois, contou-me que os bombeiros a tinham obrigado a deitar fora o sofá, por ser inflamável. Todas as crianças ficaram com pena de o ver ir embora.» (pg.69)

Encontrei este livro através da minha educadora cooperante de Jardim de Infância do 3ºano, pois ela havia-me mostrado e dado a conhecer alguns livros que a ajudam a ver as diferentes perspectivas das diversas situações com que se depara quotidianamente. T. Berry Brazelton é um pediatra de renome internacional e Professor Emérito da Escola de Medicina de Harvard, sendo Joshua D. Sparrow seu colega e pedopsiquiatra no Hospital Pediátrico de Boston e Professor Assistente de Psiquiatria da Escola de Medicina de Harvard.
Recomendo a leitura deste livro, pois A criança e a disciplina trouxe-me muitas respostas, respostas essas que me ajudaram a “sobreviver” na prática pedagógica. Só assim por alto este livro relata não só as formas de disciplina, mas também refer as estratégias que valem a pena experimentar, as que são úteis algumas vezes e as que são completamente inúteis (como por exemplo castigos corporais). Encontramos ainda, neste pequeno livro, a interpretação a alguns dos problemas mais comuns, nomeadamente morder, maltratar os outros, birras, desobediência, entre outras.
Só para colmatar a minha exposição acerca deste livro queria deixar uma citação que me fez pensar até hoje, “Os professores precisam que os pais apoiem as regras e as expectativas da escola. Mas é usual estes sentirem-se criticados e porem-se na defensiva quando os professores lhe relatam os maus comportamentos dos filhos. Todos os pais sabem do que os filhos são capazes, mas isso é difícil de encarar no ambiente escolar, onde se torna público, onde os pais têm menos controlo e onde os riscos podem ser maiores. (…) Nem os pais nem os professores gostam de sentir que o «mau» comportamento das crianças é culpa sua. Quando as regras da escola e as de casa são divergentes, as crianças ficam confusas. Pais e professores podem apontar dedos acusadores uns aos outros. Mas quando pais e professores aprendem a cooperar, podem reforçar as expectativas uns dos outros em relação às crianças.” (pg.63).

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