quinta-feira, 24 de junho de 2010

Concepções dos pais acerca da aprendizagem do bebé nos primeiros anos de vida....

No âmbito da temática do meu projecto de investigação: Aprendizagem activa – desenvolvimento dos sentidos, sendo os pais os primeiros Educadores, pensei ser pertinente conhecer e compreender as opiniões dos pais acerca da aprendizagem dos filhos. A realização deste questionário surge com intuito de incluir os pais na educação das crianças e promover a reflexão e a responsabilização destes na vida da criança.
Um questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações de uma amostra representativa da população/grupo em estudo. Sendo o questionário constituído por uma série de questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores este não permite uma interacção muito directa entre os observadores e os inquiridos. Segundo Judith Bell, “os inquéritos constituem uma forma rápida e relativamente barata de recolher um determinado tipo de informação, partindo do princípio de que os inquiridos são suficientemente disciplinados, abandonam as questões supérfluas e avançam para a tarefa principal. (BELL, 1997:108)
A pergunta formulada foi a seguinte: " Como pensa que o seu bebé aprende nos primeiros anos de vida? Vejamos então a opinião dos pais.

FAMILIA G
Grande capacidade de absorção de informação nos primeiros anos de vida : Em casa com um bom Ambiente emocional ; Rotina estáveis transmitindo confiança e estabilidade; Aprende pela imitação e pela partilha diária com o adulto ;O infantário como complemento oferecendo novos e diferentes estímulos.
FAMILIA I
Estimulação dos pais e profissionais; Com o tempo o bebé constrói a sua personalidade de uma forma natural .
FAMILIA B
Imitação e repetição do mundo; Observação do adulto; Pais e Educadores organizando as actividades de exploração, sons, cheiros, textura; Programas de televisão escolhidos e geridos pelo adulto.
FAMILIA C
Estímulos externos; Tentam fazer tudo o que ensino por imitação; Aprendem através dos sentidos; Exploração e manipulação dos objectos na boca; Vontade intrínseca de explorar sozinhos.
As famílias inquiridas demonstram conhecimentos acerca da aprendizagem por observação e imitação do adulto (Piaget), excepto uma família. Na totalidade, as famílias atribuem á criança uma competência inata e competente para a aprendizagem. E de ressalvar que também todos os inquiridos manifestam consenso de que os pais e os educadores têm uma influência significativa no desenvolvimento e aprendizagem das crianças. (Vigotsky) A família G revela a importância das rotinas estáveis e do ambiente emocional do lar. (Pinheiro, Wallon,). Assim como faz referência ao contexto de infantário e a diversidade de estímulos expostos às crianças.
A família B refere que as actividades de exploração, sons, cheiro e texturas apoiam o desenvolvimento das crianças, denotando a importância da aprendizagem pelos sentidos em conformidade com a família C. (Piaget, Hohmann e Post). A família C específica a exploração bocal e a manipulação dos objectos como factor intrínseco, pelo qual se favorece as aprendizagens. No entanto a família B assume como factor importante os programas televisivos, os quais na minha opinião não devem ser tidos em conta no desenvolvimento das crianças. Pois as crianças precisam muito mais de oportunidades que as levam agir sobre materiais e pessoas de uma forma mais directa, a criança é um sujeito activo e a partir do movimento desenvolve o intelecto numa perspectiva holística.
Em suma, os questionários elaborados pelas famílias revelam um conhecimento vasto acerca da aprendizagem das crianças, sendo importante referir que os inquiridos possuem um grau académico elevado.
Como futuras profissionais devemos conhecer e tentar compreender as concepções dos pais, pois o Educador não ensina sozinho, ensina em equipa envolvendo toda a família. Para além de que é nas relações com as famílias e nas culturas de cada família que podemos compreender melhor os comportamentos das crianças assim como os seus gostos interesses e preferências.

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